sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O governo não deve ceder - A demagogia que leva a morte

O GOVERNO NÃO DEVE CEDER 

“A DEMAGOGIA QUE LEVA A MORTE”

Rua de Belém, Jan de 2011 (foto Diário do Pará)


Quantas tragédias será preciso ocorrer para se ter uma legislação e ação topogeográfica adequada para as regiões serranas e ribeirinhas do Brasil? Chegou a hora de endurecer na questão urbana, tenho andado pelo Brasil e visto sinais de futuras tragédias como as que ocorreram no Rio de Janeiro (mais de 900 mortos) e em outras regiões brasileiras; as invasões irresponsáveis não repreendidas e não atacadas pelo poder público que sempre tem cedido através de políticos demagogos e imediatistas.

Essas tragédias do clima anda vão ocorrer em cidades como Manaus, Salvador, Belém, etc. , em algumas haverá imensos alagamentos com perdas materiais, o caso de Belém que é plana e bem próxima do nível do mar, outras tipo Manaus, além de alagamentos, desmoronamentos de encostas e afundamentos de portos.

Há por trás de tudo isso, além de um fator climático de origem no desmatamento e pavimentação desmedida do solo, uma desorganização social – a invasão de terrenos em áreas de alto risco, como encostas de morros, beira de córregos e rios e áreas sujeitas a alagamentos.

O desejo de ter uma casa na praia a qualquer custo, ou uma casa na serra de qualquer jeito, subornando fiscais da prefeitura, forjando laudos técnicos, formando grupos de consumidores suicidas – “eu quero porque quero uma casa ali naquela encosta !! “ – gente suicida ?!. Essa desculpa de não ter onde morar não “cola” mais. Os governos não devem ceder aos demagogos.
O governo não deve ceder às invasões urbanas em nenhum lugar do Brasil - "A demagogia que leva a Morte" – dá até para escrever esse livro, deve haver estudos avançados sobre essas coisas, só que os técnicos não estão sendo ouvidos, parece filme de tragédia hollywoodiano.

As enchentes em Marabá-PA são tão previsíveis e já há tantos anos que nessa época do ano em que estamos, (Jan/ Fev), em que os hotéis lotam e são feitas reservas antecipadas, não é turismo, são moradores mais abastados que não deu tempo de ter uma segunda casa na parte alta e/ou pessoas que se hospedavam na casa de amigos na parte baixa da cidade, a enchente nossa de todo ano.

Nós não tínhamos tragédias desse tipo no passado, antes da crise da moradia de hoje, eu moro numa cidade do interior do Pará, às vezes a gente reclama da falta de pavimentação em nossa city, quase não há pavimentação asfáltica, mas a água, entretanto tem para onde ir, para onde escorrer; o que pra nós é uma vantagem, ou não ?!,

Não há coleta de esgotos, mas em muitas cidades onde há coleta no Pará, não há estação de tratamento, o que dá no mesmo; acaba a sujeira indo para os rios. Pavimentação sem esgotos e galerias pluviais é igual a enchentes e alagamentos no futuro.

Eu comentei com um amigo, reclamamos daqui tanto e quando vimos essas tragédias do Sudeste brasileiro, constatamos, estamos num lugar muito bom pra viver, apesar das ainda péssimas estradas que ficam quase intrafegáveis no período chuvoso amazônico. Se não tomarmos cuidado, no futuro, o número de cidades "alagadas" vai aumentar. Em Belém do Pará, por exemplo, não havia alagamentos sérios até os anos 90; agora tem.

O CREA do Rio se pronunciou, até mesmo hipocritamente, acusando as prefeituras da região serrana do Rio de serem no mínimo negligentes, na verdade, o CREA está tirando o seu corpo fora, porque deveria ter lutado pelo menos para denunciar as prefeituras, o que talvez tenha feito mui timidamente. 

Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-Rj diz enfático que 80% das mortes poderiam ser evitadas se as prefeituras respeitassem a legislação ambiental. A especulação imobiliária é um “Monstro com muitos tentáculos”, difícil de vencer, com um lobby poderoso em Brasília. Aqui no Pará, na costa atlântica o monstro imobiliário está destruindo muitas praias e muitos manguezais.


Pedro Paulo – Pedrovida12




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